A União de Jacarepaguá segue em seu projeto, carnaval 2026. Com os olhos voltados ao retorno à Série Ouro do carnaval carioca, a escola vermelha e branca promove mais uma mudança estratégica: alçar o próprio designer de enredos, Ney Júnior, à função de carnavalesco. A parceria de longa data entre o artista e a agremiação foi um dos fatores decisivos para este “upgrade”.
A história do profissional das artes carnavalescas começou nos grupos de base, precisamente na Arame de Ricardo, ano de 2010. Lá permaneceu por sete anos sendo carnavalesco da escola. Nesta jornada, Júnior registra passagens pelos estandartes Império da Praça Seca, Unidos de Bangu (vitorioso em 2014) e Unidos de Lucas.
Na Série Ouro, o carnavalesco desenvolveu trabalho como figurinista na Império da Tijuca, tendo executado ainda, projetos de designer de enredos para outras agremiações. Em 2020, ele assinou o carnaval em conjunto na Renascer de Jacarepaguá, que desfilou na Marquês de Sapucaí, pela Série Ouro.
Diante de todo esse repertório, a atual escola, também de Jacarepaguá, investe todas as energias nessa expertise e também, na boa parceria com o artista plástico, firmada pelos anos de trabalho em conjunto. Ney Júnior declara que, “retornar ao carnaval renova minhas energias contribuindo com a maior festa a céu aberto do mundo. Muito satisfeito pelos caminhos e trabalho por uma excelente apresentação em 2026”.
Na força e na raça: sobre o enredo e desafios de desfilar na Intendente Magalhães
O carnavalesco da União de Jacarepaguá revela que os motivos para escolha do enredo “QUINGOMBÔ: Entre dois Mundos” foi a possibilidade de falar sobre uma parte das raízes históricas do Brasil negro:
- Falar de coisas nossas me impulsiona! Descobrir histórias, escutar os mais velhos e aprender um pouco mais de nossas raízes me motiva. O Quiabo, por exemplo, está em nossa mesa, nos rituais, nos feitiços... no nosso cotidiano. Não poderia passar despercebido!
Ney Júnior denuncia que suas inspirações para trabalhar com carnaval vem dos nomes Renato Lage, Paulo Barros e Leandro Vieira. Quando questionado acerca de quais seriam as dificuldades que atravancam o trabalho nessa categoria do carnaval, ele, sem pestanejar, expõe que, são inúmeras, mas abrangem todos os grupos... “O financeiro não é legal, a vaidade não é legal... enfim, inúmeras dificuldades profissionais e pessoais dificultam o processo”, mas para ele a solução existe: “trabalhar com o coração”.